O espelho do mundo.
No campo onde o tempo cultiva o destino,
Plantei meu suor em terra ferida.
Mas há quem me veja de olhar pequenino,
e jogue palavras sem causa ou medida.
O vento sussurra em tom de conselho:
"Não há maior fardo que a língua dos fracos."
Quem aponta o erro, sem ver seu espelho,
revela no fundo os próprios buracos.
Puxei o macarrão, mas não o bastante,
dizem de longe sem nada fazer.
E enquanto me julgam de modo constante,
O próprio telhado começa a ceder.
Quem não vê valor no que é dedicação,
cria muralhas de pedra e descaso.
Mas sigo em frente, pois minha missão
não é convencer quem vive no raso.
Se o sol nasce livre, sem pedir licença,
e a chuva não escolhe quem vai molhar,
por que eu, que carrego o peso da crença,
deveria parar só pra me justificar?
O erro, dizem, está no vizinho,
pois mais fácil apontar do que refletir.
Mas sigo meu rumo, sem desatino,
pois quem vê além aprende a sorrir.
Que o tempo decida, que a vida revele,
quem fez, quem tentou, quem apenas julgou.
Pois no fim das contas, a verdade expele
o que é raiz e o que nunca brotou.
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