Na favela, o amor e a dor.
Entre becos e barracos, a vida responde.
Os risos se misturam ao cheiro de café
Enquanto o destino traça os passos de quem é. As mulheres dançam com sombras no peito,
Cicatrizes abertas que o tempo tem feito.
Como flores que lutam sob um céu sem cor,
Crescem no asfalto, entre lágrimas e amor.
Oh, amor que resiste na maré de dor,
Como raízes que buscam o calor.
Mas muitas se vão antes que o sol as veja,
Sussurram ao vento, num adeus que lateja.
Cada lágrima caída é um rio que inunda,
E cada sorriso é uma estrela que se funda.
As mães carregam o peso de gerações,
Seu amor é o remédio para tantas aflições.
Os homens, guerreiros em silêncio, sofrem,
No aço das mãos, os sonhos que morrem.
Com a pele marcada pelos dias de açoite,
Navegam na noite, buscando um norte.
E quando a noite chega, seu manto é pesado,
O medo caminha, de mãos com o passado.
Mas nos braços que se encontram em meio à dor, Há sempre um abrigo que acende o calor.
Quantas vezes choramos pelo que perdemos?
Quantas vezes sonhamos com o que tememos?
A dor é uma dança que ensina a viver,
E as cicatrizes são versos a se escrever.
No ventre da vida, onde tudo floresce,
A esperança é um broto que jamais esmorece. Pois onde o amor persiste em florescer,
A dor vira canto que insiste em renascer.
Oh, favela querida, mãe de mil memórias,
Teus sonhos são estrelas, tuas ruas, histórias.
E mesmo na luta que nunca termina,
O amor é a chama que sempre ilumina.
Então, deixemos as lágrimas cair sem pudor,
Cada gota é um verso que fala do amor.
Na beleza da dor, no abraço que persiste,
Na favela se escreve uma crônica que resiste.
Que ao fim dessa jornada tão cheia de espinhos, Possamos achar juntos novos caminhos.
Pois mesmo que a noite insista em ficar,
O amor é o farol que nos faz caminhar.
Assim como flores nascem entre pedras e chão,
Que este poema grite em união.
Em cada verso vive a força da verdade,
E na dor compartilhada, a humanidade.
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