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Mostrando postagens de julho, 2025

O labirinto

Entre o labirinto de aço e o véu de madrugada, Nos trilhos de prata onde o tempo se esconde, Camina a sombra de um desejo velado, Num diálogo silencioso que o destino responde.Em cada curva da jornada, um enigma sussurra, No balé dos mundos que se entrelaçam em segredo. A alma viaja em duas cadeiras, um mistério de passos, Onde o coração é um viajante, oculto em seu enredo.Os olhares são constelações em um céu enredado, Desenhando constelações que ninguém vê. Há um murmúrio de paixão em cada parada, Mas o amor é uma sombra que não se deixa prender.A jornada é um enigma, entre sombra e luz, Nos corredores de um ônibus que sussurra segredos. Onde o desejo se oculta nas entrelinhas da amizade, E o verdadeiro amor dança em passos bem mais discretos.
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🎧 Canção: Quase Sem Querer – Legião Urbana Aperte o play abaixo para ouvir a canção:

Poema- O mar de correntes

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Todos admiram o preto no palco, mas poucos suportam ver a pele preta na rua. Apreciam a força, o ritmo, o talento, mas rejeitam a verdade que a pele carrega. Colocaram correntes em quem já tinha asas. Roubaram nomes, apagaram línguas, silenciaram os deuses. E ainda disseram que estavam “civilizando”. Não eram escravos. Eram reis, rainhas. Guardiões do saber antes que o mapa tivesse contornos. Hoje dizem Foi no passado. Mas o passado nunca partiu. Apenas aprendeu a se disfarçar. Veste farda, veste terno e veste silêncio. O chicote virou estatística. A senzala virou periferia. O navio negreiro virou sistema. E a escravidão, oportunidade negada. O corpo negro é confundido com perigo. A palavra negra ainda vale menos. O sangue preto seca antes de escorrer nas manchetes. A história negra foi editada com tesoura branca. A mulher negra? Foi usada. Depois esquecida. Mas carrega nos ombros os filhos do mundo e ainda sorri com dignidade que o mundo não reconhece. Quem defende meritocracia nunca ...

Poema- ela é o segredo.

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Quando Deus quis mostrar o que é amor, Ele não escreveu um livro, não pintou um céu, nem acendeu uma estrela. Ele pegou uma lágrima e uma centelha da própria alma... e moldou a mulher. Ela não veio do pó da estrada. Veio do lado — da costela. Porque Deus não queria que ela fosse menor, nem maior, mas feita para andar com o homem, lado a lado, na vida, na dor, na aquarela. O homem foi feito para o campo, para a lida, para a força. Mas a mulher... ah, a mulher foi feita para o céu. Para gerar esperança, curar feridas, multiplicar o que é bom e calar o que é cruel. Ela escuta com o coração. Chora com os olhos da alma. Ela sangra em silêncio, mas ainda assim canta. Ainda assim ora. Ainda assim acalma. Ela tem o dom que só Deus tinha: criar vidas dentro de si. E enquanto o mundo gira sem rumo, ela planta o futuro — mesmo quando está por um fio. Ela é a que educa, sustenta e resiste. É a mãe sozinha na periferia, a mulher do campo com mãos calejadas, a preta guerreira ignorada, a menina que ...

Teu corpo, meu destino.

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  Te quero agora, sem relógio, sem tempo, sem medo, sem dúvida, sem freio... Te quero inteira, quente e entregue, como o sol deseja o mar ao fim do dia. Teus lábios são fogo que acende meu peito, teu cheiro, meu vício, minha perdição. Teu gemido é música que guia meus passos, e teu corpo... a estrada onde me perco sem volta. Cada curva tua é um segredo que desvendo, com a ponta dos dedos, com a sede da boca, e a cada suspiro que roubo de ti, mais eu sei... és meu tudo, minha louca. Me deixa te amar sem medidas, sem pressa, faz de mim tua casa, abrigo, teu céu, te quero em suspiros, gritos e sussurros, teu corpo no meu, um poema cruel. Cruel porque nos devoramos, porque não há amanhã, só agora, porque cada toque é fogo na pele, e cada beijo é promessa que implora. Te amar não é escolha, é destino, é desejo que me queima sem fim. E se o amor tem nome, tem rosto, tem pele... ele mora em ti. Te quero sem pressa, sem medo, sem fim, como se amar-te fosse a única verdade em mim. Teu corpo...

Poema- O anjo dourado.

Parece abrigo… Mas era só teto. Parece abraço… Mas era só pele com pressa. Parece amor… Mas era só a fome de não morrer sozinho. O mundo dança bêbado no salão da pressa. E há olhos cansados, Que esqueceram como se brilha. Choram flores nos quintais de concreto. A ferrugem já invadiu os beijos. E há quem diga que isso é normal… Mas em algum canto  Onde as janelas tremem sem vento  Um antigo viajante das alturas Sussurra fórmulas de esquecimento. Não diga o nome dele. Ele adora ser lembrado. Conhecido por muitos nomes, Tem horror a um só: amor. Ele é o primeiro órfão do Céu. O que cantava entre os astros… E caiu por desejar tronos. Hoje, caminha em becos que parecem avenidas. Oferece atalhos disfarçados de liberdade. E sopra dúvidas nas casas onde o silêncio deveria ser paz. Ele não destrói. Ele desacredita. Não grita. Ele desgasta. Oferece espelhos. Diz: Veja como você merece mais. Veja como ela mudou. Veja como o vizinho sorri mais que seu marido. Ele não separa com guerras. E...

Poema - País fantasmático.

Não sei mais se estou em mim Ou se fui vendido em algum discurso bonito Desses que prometem o céu E entregam um cinzeiro vazio. A praça virou palanque Mas ninguém ouve quando o povo grita Só ouvem o que querem… E dizem que é "pela causa" — como se a causa fosse santa. Me disseram que tudo ia mudar Que o vermelho era amor, igualdade, futuro. Mas o pão ficou mais caro, E o vizinho sumiu do bairro — foi morar na rua. Gritam contra o ódio com ódio nos olhos, Se dizem libertadores, mas só libertam os deles. Decretam quem pode falar, E nos chamam de fascistas por querer pensar. O poeta foi calado por um algoritmo, O agricultor virou vilão por plantar demais, O pai de família virou burguês opressor Por querer dar leite para os filhos — sem rótulo de governo. E eu aqui… Tentando me encontrar em um país que parece não se lembrar de mim, Que celebra bandeiras que nunca tremularam por nós, E pinta de arte o que é só escuridão. Gosto de São Paulo, de São João, Dos santos de pedra e do po...

Entre a Terra e o mar.

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Fui convidado para conhecer a terra do reggae, e então chorei ao ver a dura realidade, onde Gonçalves Dias sonhou com a liberdade, mas a tristeza se esconde em cada esquina o que dirá da minha princesa do sertão, onde nasci, hoje perdida em solidão. Sem autoridades que tragam amor, só sofrimento, um grito sem valor. crianças indo para as escolas em pau de arara, outras indo a pé, pegando poeira na estrada. Por que tanto sofrimento? A vida tão cara, flores que brotam em solo de dor e jornada. As casas de palha, as paredes de barro, reflexo de uma vida em meio ao desamparo. Na terra do bumba meu boi, onde o ritmo ecoa, mas a dor da miséria é que verdadeiramente ressoa. Caminhando com olhares que falam de dor, escolas em ruínas, sem amor nem valor. Futuro incerto, sonhos esmagados, Um grito silencioso em corações cansados. Olhei para aquela criança com olhos de mar, “Estou com muita fome”, me disse em súplica. O coração apertado não soube como agir, um clamor que ecoa e nunca se explica. ...

Beijos, abraços e o teu cheiro.

Nos teus olhos encontro o brilho das estrelas, No teu sorriso, a doçura de mil primaveras. Teu toque suave acalma minha alma inquieta, Em teus braços encontro paz completa. Teu amor é a melodia da minha canção, É a poesia que inspira meu coração. Caminho ao teu lado, de mãos dadas, Navegando os mares de emoções encantadas. És a luz que ilumina meus dias sombrios, A musa que inspira meus versos vadios. Em cada gesto, em cada olhar, percebo, Que és o amor que tanto esperava e desejo. Que esse amor seja eterno como o tempo, E que a felicidade seja nosso alimento. Porque ao teu lado, descubro a verdadeira emoção, E assim, juntos, construímos nossa própria canção. https://blogversosdoinfinito.blogspot.com/?m=1

Poema- O Paradoxo

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Se eu te amo? Sim. Mas o amor não é essa flor que se dá. É a terra que a engole quando murcha. É a mão que cava mesmo sem saber plantar. Vamos casar? Talvez. Mas antes, te convido à prova de fogo: amar quando não houver música, quando as vozes forem ausências, e o outro parecer um estranho usando tua camisa. Vamos ter filhos? Quem sabe. Mas primeiro, me diz tu és capaz de amar alguém que te fará espelho? Que vai te repetir os defeitos com olhos pequenos e perguntas grandes? Antes de fazer um berço, faremos um acordo não criar filhos para curar vazios. Nem criar um cachorro para evitar conversas. Nem um ao outro como projeto de salvação. A prova de fogo não é a dor. É o tédio. É lavar louça às 23h em silêncio. É discordar e mesmo assim comprar teu chocolate preferido. É o segundo depois da discussão  quando se pensa em ir embora, mas o corpo fica porque o amor não terminou, só cansou. Vamos morar juntos? Sim, mas num lugar onde caibam as tuas vontades e as minhas dúvidas. E as visit...

#cadernetadospoemas- Apoesia real que nasce da alma.

Eu sou Adailson, e escrevo versos como quem sopra verdades. A #cardenetadospoemas nasceu do meu jeito simples de viver e de escrever: sem luxo, sem mentira, sem maquiagem. É a poesia do mato, da dor, da fé, da alma. Cada verso que eu publico com essa hashtag vem de um lugar profundo. Agora, essa caderneta é aberta ao mundo. E você pode acompanhar os poemas aqui, no meu blog e nas redes sociais. 👉 Sempre que ler #cardenetadospoemas, lembre: é um pedaço de mim. #cadernetadospoemas

Poema- O manifesto autista.

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No mundo que vê só o que quer enxergar, rótulos espalhados, fáceis de colar. Todo menino é autista, só quer chamar atenção” Mas cala o grito preso no peito, a angústia da solidão. Na sala, cadeiras vazias, olhares que não entendem Palavras cortam feito lâmina, onde só o silêncio responde. Pais que choram escondidos, lutando sem pausa Famílias em guerra, no mar da falsa causa. Autismo não é modinha, nem culpa, nem escolha, É tempestade no cérebro, é mente que se recolha. Mas o mundo finge, ignora, quer só lucrar, Com diagnósticos baratos, com esperança a falhar. Clínicas vendem sonhos, promessas de normalidade, Mas no fundo é exploração, dilacerando a verdade. E o autista que sofre, com medo, se esconde, Na máscara do sorriso, a dor que responde. O professor sem rumo, perdido na missão, Sem preparo, sem apoio, só sobra a solidão. E o sistema burocrático, cego, insensível, Trava portas, fecha janelas, torna tudo impossível. Mas há uma voz que insiste, que não se cala, É a voz do autista,...

Adailson Pereira Sales

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Estrela Morena.

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Nos céus da noite, brilha uma estrela, morena, intensa, de luz tão bela. Seu riso é chama, ardente e pura, voz que embala, doce e segura. Seu caminhar, um vento leve, que sopra sonhos, que tudo escreve. Seus olhos brilham, são faróis, guiando mundos, rompendo sóis. Na tempestade da intolerância, ela caminha com esperança. Mesmo que sombras tentem calar, sua luz segue a iluminar. Oh, ventos tristes, calem-se agora! Nada apaga quem brilha e aflora. Feita de luta, feita de cor, é resistência, é puro amor. Se soubesse o que ela inspira, se entendesse o que ela ensina... Oh, estrela que o céu guarda em si, Se um dia ouvir, sorria pra mim.  Morena, brilhante, impossível de olhar. Seu riso acende o céu mais nublado, sua voz é um vento que vem me embalar. Eu, perdido no tempo e no espaço, morando no nada, cercado de chão… Mas quando ela fala, o mundo se cala, e eu me esqueço da minha prisão. Ah, se ela soubesse o que causa em mim, se um dia notasse meu jeito de olhar… Talvez entenderia que...